Encontramos um recanto amazônico no Bixiga, bairro tradicional de restaurantes italianos
Reportagem: Equipe ProfessorNews
O restaurante é pequeno, mas a decoração e o ambiente aconchegante convidam para saborear pratos da Amazônia, desde agosto de 2008.
Pato no tucupi, maniçoba, filé de pirarucu, tacacá, arroz de jambu. Os pratos com nomes inconfundivelmente de origem indígena são típicos do Pará e região amazônica, servidos por garçons e garçonetes atenciosos e simpáticos. Aos sábados, domingos e feriados, o restaurante serve os sete pratos típicos, no sistema de buffet. Confira o cardápio neste link.
Antes de se "aventurar" selva adentro, vale a pena conhecer um pouco o que está por encontrar.
Tucupi é um molho extraído da raiz da mandioca brava, que é inicialmente venenoso em função da presença do ácido cianídrico (ácido cianídrico!!), mas que deixa de sê-lo após cozimento de várias horas.
Maniçoba é de origem indígena e é conhecida como feijoada paraense. Também é feita de mandioca brava, porém, utilizando somente suas folhas, que são moídas e cozidas por aproximadamente uma semana, para eliminar o ácido cianídrico. Depois, são acrescidas carnes de porco e bovina, além de outros ingredientes.
Jambu é uma erva típica da região norte do Brasil, mais precisamente do Pará, mas que existe também na Ásia. É conhecida também como agrião do pará (Acmella oleracea) e, além de ser utilizada em culinária, possui propriedades medicinais: anestésica, antiespasmódica, antigripal, expectorante, antisséptica, cicatrizante, diurética etc. Mais informações em Plantas Medicinais e Fitoterapia. O efeito anestésico foi confirmado pelos autores desta reportagem: ao mastigar as ervas misturadas ao arroz, a língua fica levemente anestesiada.
Tacacá é uma iguaria tipicamente paraense e é uma espécie de caldo grosso preparado com caldo de tucupi, folhas de jambu, goma de tapioca e outros ingredientes "normais", como pimenta de cheiro, sal, cebola, alho, coentro e cebolinha. Leva camarão em sua receita e é servido em cuia.
Pirarucu é um dos maiores peixes de água doce do mundo, tem escamas, pode chegar a 200 quilos e medir mais de 2 metros. Seu nome científico é Arapaima gigas e o habitat é a bacia amazônica, mas, atualmente, existe criação em cativeiro na região amazônica (e também no Estado de São Paulo). A carne do peixe é nutritiva e, após o salgamento, fica parecido com bacalhau. Mais informações em Portal da Amazônia.
Tambaqui é conhecido também como pacu vermelho. É um peixe que pode atingir 90 centímetros e pesar 30 quilos (já foi maior). É endêmico da bacia amazônica, mas já é possível encontrá-lo nos estados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Por ser um peixe reofílico (peixe que vive em águas correntes), precisa fazer migrações reprodutivas rio acima para amadurecer sexualmente e procriar (piracema). Mais informações na Revista Pesca e Companhia.
Voltando ao "prato principal" da nossa reportagem, apresentamos os pratos consumidos pelos nossos editores de culinária: bolinho de pirarucu (entrada), costela de tambaqui com arroz de jambu (prato principal) e sorvete de tapioca (sobremesa), todos muito deliciosos.
Como podem perceber, os editores conseguiram voltar da pequena aventura, sem problemas, para contar a história (e pretendem voltar brevemente para comprovar o sabor de outros pratos).
O Restaurante Amazônia fica na Rua Rui Barbosa, nº 206 - Bela Vista (Bixiga), São Paulo (SP).
Fotos: Equipe Professornews