Canto da Chuva (i): continuar professor ou voltar a ser engenheiro?

O ProfessorNews começa 2012 com uma novidade: CANTO DA CHUVA, um espaço para esquecer temporariamente o dia a dia e relaxar um pouco

canto-da-chuva201201092Teremos dicas de filmes sobre educação e novidades da Sétima Arte em todo o Brasil. O espaço conta também com murais de literatura, dicas de livros, piadas e muito mais. Confira.

CLAQUETE: Ao Mestre com Carinho (To Sir, With Love – Inglaterra, 1967).

A sessão não poderia começar com outro filme, que não Ao Mestre com Carinho, considerado o mais clássico do gênero em educação. Sidney Poitier é Mark Thackeray, engenheiro desempregado que decide dar aulas numa escola do bairro operário de East End em Londres. Em sala, o novato professor encara Denham (Christian Roberts) Pamela (Judy Geeson) e Barbara (Lulu, que interpreta a canção título) que desafiam sua autoridade e tentam desmotivá-lo, como fizeram com seu antecessor. Thackeray, familiarizado com situações semelhantes, não se deixa intimidar e lida com seus alunos como jovens que, em breve, se tornarão adultos e responsáveis por suas vidas. No entanto, quando Mark Thackeray começa obter resultados, é convidado para voltar à área de Engenharia, e é nesse ponto que ele se indaga se deve voltar à carreira anterior. Com uma atuação espetacular, Sidney Poitier deu continuidade à sua grande performance na ocasião, quando estrelou Adivinhe Quem vem Para Jantar, também de 1967. Ao Mestre com Carinho tem roteiro e direção de James Clavell.


EM CARTAZ: Se Não Nós, Quem? (Wer Wenn Nicht Wir – Alemanha, 2011)

Filme baseado na história real do escritor Barnward Vesper, interpretado por August Diehl, ambientado na Alemanha Oriental, no auge da Guerra Fria dos anos de 1960. Nele, Vesper apaixona-se pela colega de universidade Gudrun Ensslin (Lena Lauzemis). A trama gira em torno da pequena editora que o jovem casal, filhos de pais com alto status na política de Hitler, organiza e causa polêmica ao publicarem uma obra do pai de Bernward, renomado autor nazista. A partir daí, os dois aliam-se a escritores e ativistas, e formam o movimento que ganhou o mundo: Se não nós, quem, se não agora, quando? O filme é dirigido por Andres Veiel, que co-roteiriza com Gerd Koenen. Consulte onde o filme é apresentado na sua região, no site Guia da Semana.


PAPIRO: A Arte de Ensinar

A dica de livros desta semana é A Arte de Ensinar, de Gabriel Perissé (Editora Saraiva, 192 p.), que reúne técnicas de ensino e como reinventar dinâmicas do saber. De acordo com o autor, a obra é “mais do que uma lista de dicas didáticas ou de instruções sobre o como fazer. Cada professor e cada professora, ao desenvolver seus talentos artísticos, sua força comunicativa, sua paixão profissional, transforma o conhecimento em realidade visível e palpável”.


UM MOMENTO DE CULTURA: O Corvo

- Era uma vez, eu repetia, à meia-noite erma e sombria, a ler doutrinas de outro tempo em curiosos manuais. E exausto quase adormecido, ouvi de súbito ao qual se houvesse alguém batido em meus umbrais: “É um visitante que vem bater em meus umbrais, só isso e nada mais”.

- Ah, claramente eu me lembro: era no gélido dezembro, e o fogo agônico pintava o chão de sombras espectrais, ansiando pela noite infinda. Em vão, a ler, buscava ainda algum remédio a armar-me enfim. A prós saudade de Lenora. “Ah Lenora”. Essa mais bela que a aurora, a quem os céus chamam “Lenora”, e o nome aqui já não tem mais. A seda rubra da cortina afava lúgrebe e sortida, arrepiando-me e evocando medos sepulcrais. E de susto o coração batia e a sossegar eu repetia: “É um visitante que pede abrigo e bate em meus umbrais, apenas isso e nada mais”.

- No momento em que me senti forte, sem hesitar lancei a sorte: “Senhor”, disse eu: “Ou então, senhora. Perdoai se muito me esperais, mas é que eu estava adormecido, e foi tão débil o batido que mal podia ter ouvido alguém bater em meus portais assim de leve a horas tais”.

- Encarei então a porta. Escuridão e nada mais. Alma febril, eu novamente entrei no quarto e de repente, o ruído recomeça e ressume em meus umbrais. “Com certeza”, disse eu, “Com certeza na janela, vamos ver o que está nela e ao mistério dar finais”. Abro a janela e eis que penetra um vulto: é um corvo hierático e soberbo, egresso de eras ancestrais. Como fidalgo, passa augusto, e sem notar sequer o susto, abeja e pousa sobre o vulto que se encontra em meus umbrais. Bem sobre o porte, vira-se e instala-se sobre a cabeça de Palas que se encontra em meus umbrais, empoleirado e nada mais.

- “Sem crista, embora digo” oh corvo, “Não tens pavor, antigo e singular amigo, que na noite me pede abrigo. Diga-me, qual é teu nome, oh nobre corvo, o nome teu no inferno todo”? E o corvo disse: “Nunca mais”. E é só isso que ele diz.

- O ar pareceu então mais denso e perfumado, qual incenso. Além da essência, respargia turibulares celestiais. “Mísero, enfim teu Deus me dá. Mandando anjos seus, esquecimento para saudades de Lenora. Sórdio nepente, sórdio agora. Esquece o ‘vidas à Lenora’”. E o corvo disse: “Nunca mais”.

- “Sejam palavras da nossa despedida, ave de agouro”. Ergo-me e grito: “Volta de novo à tempestade, aos negros antros infernais. Nem leve pluma de ti reste, que tal mentira deste. Deixa-me só nesse ermo agreste. Sai do busto em meus portais. Retira o bico que me fere o peito, alça voo e deixa meus umbrais”. E o corvo disse: “Nunca mais”. “Retira o bico que me fere o peito, alça voo e deixa meus umbrais”. E o corvo disse: “Nunca mais”.

- E lá ficou, hirto e sombrio. Ainda hoje o vejo, horas a fio. Sobre o busto pálido de Palas, inerte, sempre em meus umbrais. No seu olhar medonho, enorme o anjo do mal em sonhos dorme, e a luz da lâmpada disforme atira ao chão suas sombras imortais. Nelas, que ondulam sobre a alfombra está minha alma, e presa à sombra não há de erguer-se nunca mais.

Trecho do poema O Corvo, de 1845, do escritor norte-americano Edgar Allan Poe (1809-1849). Esse texto pode ser encontrado no terceiro episódio da segunda temporada de Os Simpsons. Para ver o trecho do vídeo, assista as versões dublada e legendada, que conta com excelente leitura do ator James Earl Jones, no Blog Marcio. A obra foi adaptada e parodiada por David Silverman, diretor do desenho animado. Para conferir o poema fiel e na íntegra, acesse o site Refricultural, com traduções de Fernando Pessoa e Machado de Assis.


PIADAS E ANEDOTAS:

A professora para a Mariazinha:

- Mariazinha, me diga três partes do corpo que comecem com a letra D.

- Hummmm.... Dedo, Dente... e huummm... Dentina!

- Muito bem, vai levar uma nota que começa com D também!

- Dez! Oba!

E virando-se para o Joãozinho:

- Joãozinho, agora me diga partes do corpo que comecem com a letra Z.

- Zoio, Zureia, Zuvido e Zunha, fessora!

- Vai levar uma nota que começa com Z também!

- Um zoito? Oba!

Fonte: Piadas Engraçadas

Comentários   

0 # Arlene Alves 16-01-2012 10:29
Muito boa a iniciativa cultural, continuem assim divulgando informações que contribuem para ampliar conhecimento.Como sugestão vocês poderiam indicar também filmes com a temática política.
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