Declaração foi feita pelo ex-motorista do escritor que encantou o mundo com suas poesias
No Chile, o juiz Mario Carroza determinou a exumação do corpo de Pablo Neruda, morto aos 69 anos, depois da declaração do ex-motorista do escritor, Manuel Araya, que o poeta fora envenenado pela ditadura de Augusto Pinochet, e não morreu por cauda de um câncer na próstata, como se supunha. A ordem partiu da justiça chilena na primeira semana de março.
Pablo Neruda era comunista e defensor da política do então presidente socialista Salvador Allende, que acabou sendo deposto por Pinochet. A morte do poeta, que ficou mundialmente conhecido por suas poesias de amor e pelo Prêmio Nobel de Literatura, ocorreu em 23 de setembro de 1973, 12 dias depois da chegada de Pinochet à presidência.
De acordo com Manuel Araya, os agentes do regime aproveitaram-se da doença de Neruda, que estava internado na clínica Santa María, em Santiago, e injetaram veneno em sua barriga. Pablo Neruda está sepultado na casa onde residiu, na Isla Negra, junto ao túmulo da sua terceira esposa, Matilde Urrutia.
A exumação deverá ocorrer em meados de abril. Calcula-se que 3 mil pessoas foram mortas por motivos políticos durante os 17 anos em que Pinochet manteve-se à frente do Chile.
Fonte: Erik Lopez (Reuters)