Atualização sobre avaliação econômica e cálculo do valor justo - 72ª. edição

Atualização sobre avaliação econômica e cálculo do valor justo
72ª. edição – julho de 2018

Artigo de responsabilidade da Wulaia Consultoria*

 

Como estimar o valor terminal de uma empresa?

Recentemente, Cornell e Gerger publicaram um estudo sobre o cálculo do valor terminal em uma avaliação. O artigo foi publicado na Business Valuation Review 36 (4). Esse periódico é publicado trimestralmente pela American Society of Appraisers.

O artigo foi publicado dada a relevância do valor terminal no valor de um negócio. Vale lembrar que o valor terminal é aquele calculado para o período posterior ao período explicito de projeção do fluxo de caixa. Em muitos casos, o valor terminal representa mais de 50% do valor total do negócio e não pode simplesmente ser fruto da aplicação mecânica de uma fórmula. Outros autores têm escrito sobre o tema de modo a suscitar o debate e contribuir para o aprimoramento do cálculo.

Usualmente, são empregados dois métodos para o cálculo do valor terminal: o múltiplo de saída aplicado sobre o EBITDA de longo prazo e a perpetuidade. No primeiro método, valor terminal é o produto do EBITDA de longo prazo e o múltiplo de saída. No segundo, desconta-se o fluxo de caixa de longo prazo pelo custo de capital e a taxa de crescimento perpétuo.

O artigo de Cornell e Gerger enfoca o segundo método, ou seja, a perpetuidade que usualmente é calculada a partir da fórmula de Gordon, amplamente conhecida dos profissionais de avaliação e dos analistas financeiros.

Os autores trabalham a partir dos estudos de Bradley e Jarrell e discutem o nível adequado de investimento de longo prazo, margem, ciclo de negócio e inflação. A seguir alguns comentários sobre esses itens:

Investimento de longo prazo:  De um  modo geral, o valor dos bens tende a reduzir-se ao longo do tempo, ou seja, a evolução tecnológica reduz o valor dos bens. Por outro lado, os avanços tecnológicos  podem causar profundas mudanças nos padrões de produção que resultem na necessidade de reconfiguração em períodos cada vez menores (obsolescência econômica). Outro ponto importante a considerar é o investimento em ativos intangíveis.

Margem: Qual a margem de longo prazo? Serão necessários gastos com marketing mais elevados para fazer frente à concorrência ou a mudanças tecnológicas? Até onde vão os ganhos de produtividade? A inflação atinge igualmente os componentes da receita e dos custos e despesas no longo prazo?

Ciclo de negócio: é razoável supor que as empresas vão continuar operando indefinidamente no modelo atual? Quantos negócios desapareceram nos últimos anos em função de mudanças tecnológicas, de padrão de comportamento etc.?

Inflação: Qual o impacto da inflação nos fatores de produção e nos preços?

Não existe resposta simples para essas perguntas. O avaliador deve considerar aquilo que for relevante em cada caso e discorrer sobre os fatores relevantes como foram tratados na perpetuidade.

Meu caro leitor, como você calcula o valor terminal? Quais fatores mais pesam na sua análise?

*Contato com Wulaia Consultoria: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

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