IPVA: pagar a vista ou parcelar?

Tome a decisão financeira correta

Masakazu Hoji (*)

dinheiro real120115IPVA, IPTU, material escolar dos filhos, fatura do cartão de crédito etc... O começo de ano está cheio de compromissos financeiros.

O IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) costuma ser um dos compromissos financeiros mais pesados do início do ano, pois muitas famílias possuem mais de um automóvel.

O calendário de vencimentos da primeira parcela (com desconto de 3%) são como segue:

 

O IPVA é um imposto estadual e cada estado cobra de forma diferente (em alíquota e condição de parcelamento). Uma das dúvidas que sempre surge é se vale a pena pagar a vista com desconto ou em três cotas sem desconto.

O IPVA do Estado de São Paulo pode ser pago em fevereiro, sem desconto, ou com desconto de 3% sobre em janeiro ou em três cotas mensais a partir de janeiro.

Na realidade, a taxa efetiva de desconto é de 3,13% ao mês. Qual aplicação financeira renderia tudo isso? Logo, a "melhor aplicação financeira" seria pagar o IPVA com desconto em janeiro. Mesmo que tenha que contrair um empréstimo para quitar o IPVA em janeiro, se a taxa efetiva de empréstimo for menor do que 3,13% ao mês, valerá a pena.

Se o proprietário do veículo tiver recurso disponível para aplicação, é melhor usar esse recurso para quitar o imposto com desconto do que aplicar esse valor.

E se tiver que resgatar esse valor da caderneta de poupança ou do fundo de investimento, ainda assim, é melhor resgatar o valor necessário e pagar a vista, pois dificilmente as aplicações financeiras renderiam 3,13% ao mês.

Veja na tabela abaixo as simulações, supondo que você possuísse R$ 2.000 em janeiro, em dinheiro ou em aplicação financeira. Tanto faz, pois o saldo em dinheiro seria aplicado, transformando-se em aplicação financeira e renderia também 0,8% ao mês.

 

Tabela adaptada extraída do livro Administração Financeira na Prática (Hoji), da Editora Atlas.

Na alternativa "a" (pagamento a vista com desconto), sobrarão R$ 60,00 em janeiro que ficarão aplicados até março, transformando-se em um montante de R$ 60,96.

Na alternativa "b", o pagamento no valor de R$ 2.000 (sem desconto) ocorrerá em fevereiro; portanto, o saldo de R$ 2.000 de janeiro renderá R$ 16,00 em fevereiro, cujo valor continuará aplicado até março, acumulando um montante de R$ 16,13.

Na alternativa "c", como existirão pagamentos mensais, o saldo de aplicação financeira em janeiro será de R$ 1.333,33, que renderá juro de R$ 10,67 em fevereiro. Como haverá mais uma parcela a pagar nesse mês, sobrará R$ 677,33. Em março, pagando R$ 666,66 e considerando o juro sobre o saldo anterior, sobrará R$ 16,09.

(*) Masakazu Hoji é autor do livro Administração Financeira na Prática (Editora Atlas).

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