Educação sucateada pauta disputa paulistana

Em 2012, São Paulo receberá R$ 6,9 bilhões na área da Educação.

Exemplo de desenvolvimento econômico no Brasil, São Paulo está muito aquém no desempenho educacional das escolas públicas municipais, tendo ficado na faixa intermediária das melhores e piores escolas do país. Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), apurados da Prova Brasil de 2009, as crianças paulistanas do Ensino Médio I e II foram avaliadas nas matérias de português e matemática, tendo médias consideradas insuficientes.

Para melhorar esse quadro, a prefeitura adotou, neste ano, o Programa Indique, que paga um bônus aos alunos e escolas que obtêm os melhores resultados, mas isso divide opiniões entre especialistas e partidos políticos. Em 2012, São Paulo receberá R$ 6,9 bilhões na área da Educação, e movimentará a pauta da sucessão eleitoral do município.

Até o momento, nomes como o do ministro da Educação Fernando Haddad (PT); a senadora Marta Suplicy (PT); o ex-secretário estadual de Educação, Gabriel Chalita (PMDB); e o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, que deixou o PSBD e ainda sem partido, são alguns que despontam como pré-candidatos. Na era Marta Suplicy (2001-2004), a verba para a educação foi reduzida, sendo mantida pelo atual prefeito Gilberto Kassab (PSD).

A Constituição prevê que 25% da receita municipal sejam repassadas para a Educação, o que foi aumentada para 30% pela ex-prefeita Luiza Erundina (1989-1992). Marta aumentou para 31%, mas 6% foram gastos com transporte escolar, entrega de leite, uniformes, merenda, programa de transferência de renda e bolsa-trabalho, fazendo com que os 25% voltassem para os investimentos diretos da educação.

"Não vejo como o pagamento isolado de bônus melhore a educação. Tem que ter boa carreira, bom salário e boas condições de trabalho. O bônus é só o reconhecimento dos bons profissionais", avaliou Schneider.

Fonte: Cristiane Agostine (Valor Econômico – 30.09.2011)

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