Fotógrafos mostram sua visão de São Paulo na Jornada Fotográfica

Evento acontece há 18 anos e faz parte do roteiro do aniversário da cidade

jornada fotografica3Para comemorar o aniversário de 460 anos da cidade de São Paulo (SP), com início na noite da última sexta-feira (24) e com duração de 24 horas ininterruptas, foi realizada a 18ª edição da Jornada Fotográfica, em que fotógrafos paulistas e residentes de outros Estados e de outros países pousaram seus olhares sobre a "Terra da Garoa", como é conhecida a megalópole.

jornada fotografica0Organizada pelo fotógrafo e chefe da Seção Técnica de Curadoria e Programação do Museu da Cidade de São Paulo, André Douek, a jornada reuniu fotógrafos, retratistas e profissionais das mais variadas áreas, que saíram "armados" com câmeras profissionais e amadoras e captaram imagens de personagens anônimos, ruas desertas, velhas ruas e construções, a noite efervescente do fim de semana da capital, além de cosplays (pessoas com fantasias), mendigos e animais.

No turno de abertura, às 18 horas da sexta-feira (24) a pesada chuva que caiu no fim de tarde atrapalhou os planos de muitos inscritos. De um total de 160 inscritos, apenas oito não se intimidaram e foram ao ponto de encontro, na Galeria Olido, na Avenida São João, coração do centro velho de São Paulo.

“Durante a Jornada, os fotógrafos podem tirar fotos do que quiserem, sobre qualquer tema ou do que vier à cabeça. Depois, eles selecionam seis delas para serem divulgadas em nosso site, com seus devidos créditos. São Paulo é quem ganha com essa atividade, pois as pessoas podem ver imagens únicas em álbuns virtuais de locais em que as pessoas passam todos os dias, mas não notam”, avaliou André Douek.

jornada fotografica1Presente em cinco edições do evento, o serralheiro e fotógrafo nas horas vagas, Mitsuo Yamamoto, contou algumas experiências curiosas e inusitadas dos passeios pela cidade.

“Parece que, a cada ano, as pessoas se sentem desestimuladas a andarem fotografando as ruas e as pessoas. Esse é um exercício que adoro: conferir o resultado das fotos e depois editá-las. Hoje, as pessoas foram espantadas pela chuva, mas outros têm medo de serem assaltados e desistem de fazer a atividade se não estiverem ao lado de amigos ou pessoas mais conhecidas. É uma pena, porque isso é um ótimo exercício para conhecer gente e mais lugares da cidade. Eu mesmo, certa vez, fui ao Pico do Jaraguá (local mais alto da cidade) e foi uma beleza, nunca tinha ido lá. Num outro ano, fiz uma foto engraçada com uma Lolita vestida de cosplay na frente do Museu do Ipiranga; o que ela estava fazendo lá é um mistério. Ela deveria ter uns 15 anos, com vestido e sapatinhos vermelhos, camisa branca e guarda-chuva”, disse entre risos, Mitsuo.

A turma da noite do primeiro dia fotografou as ruas e pessoas nos caminhos que vão da Avenida São João até a Praça Dom José Gaspar e, depois, até a Praça Roosevelt.

jornada fotografica4Durante o trajeto, flagramos vários contrastes da cidade, como pessoas curtindo um show de música sertaneja; numa esquina depois, mais um show, só que de um grupo de pagode. Nesse local, centenas de pessoas comiam, bebiam e conversavam num cenário onde até havia dois mendigos catando latas e garrafas para vender para a reciclagem.

No grupo, estava uma integrante internacional, a fisioterapeuta argentina Analia Zuccotti, que aproveitou o passeio para conhecer mais a cidade e fazer novos amigos.

jornada fotografica2“Estive em São Paulo em 2010 para um estágio em Fisioterapia e, ao fim das aulas, prometi que voltaria a morar aqui, e já estou há sete meses. Conheci o Recife e o Porto Alegre, mas acabei fixando residência em São Paulo. Este exercício é muito bom para conhecer lugares e outras pessoas, além de possibilitar o aprimoramento da fotografia. Tudo aqui é um pouco parecido com Buenos Aires: pessoas de mundo inteiro, com sotaques e idiomas diferentes, mas aqui tudo é maior. E a beleza de São Paulo está nos centros que são tão diferentes, um velho e outro novo”, exclamou Analia.

A partir da madrugada em diante, o grupo capitaneado por André Douek registrou o passeio Caça-Fantasmas, um grupo de pessoas vestidas de bruxos, fantasmas e monstros, que andam pelas ruas, divertindo quem ainda não teve ânimo para voltar para casa.

Para conferir as fotos dos participantes, basta acessar o site da Jornada Fotográfica.

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