Universidade suspende o curso, mas já existem inscritos para a turma de outubro.
Incomodados pelo fato de os professores da Faculdade de Medicina oferecerem um curso de extensão pago num dos laboratórios da Universidade de São Paulo (USP), alunos e funcionários da instituição pressionaram a diretoria a suspender a atividade educacional. Na última quarta-feira, a USP divulgou a anulação do cursoque já tinha formado 110 alunos, inclusive médicos de outras regiões do país, ou seja, os que não eram estudantes da USP.
A extensão, chamada de Treinamento em Habilidades e Procedimentos em Emergências, foi oferecida pelo valor de R$ 1.980, tendo o certificado valorizado por ser assinado pelo professor titular Irineu Tadeu Velasco, da disciplina de Emergências Clínicas, e ex-diretor da faculdade. Segundo o professor, tudo “é oficial” e o lucro é revertido para a faculdade e ao Hospital das Clínicas. “Mas estou tranquilo. Não tem nada escondido. Só acho que a direção se atrapalhou com a pressão de estudantes preocupados com a prova de residência”, disse o professor.
Irineu Velasco referiu-se ao temor dos alunos da USP de que o curso poderia ser usado como preparação de candidatos para a prova de residência da faculdade, e isso deixaria os alunos da USP em desvantagem quando tentassem uma vaga de residência. Segundo o professor, o problema ocorreu porque a empresa que fornece a tecnologia para ensino a distância do curso também tem cursinho preparatório e são coisas totalmente distintas.
O site que oferece o curso informa que haverá turmas para outubro, mas como está suspenso, o professor acredita que isso pode prejudicar a imagem da USP.
Fonte: Folha.com