Agenciamento literário: um facilitador entre autores e leitores

O cientista ou professor terá orientação técnica para publicar sua pesquisa em formato de livros

Por Fernando Alves (*)

Em tempos de redes sociais, blogs, autopublicação, livros digitais e tantas outras formas de comunicação, pode parecer, à primeira vista, que o caminho do autor em direção a seu público ficou mais curto. Em alguma medida, isso é verdade. Sob o guarda-chuva da pós-modernidade e da brevidade dos seus textos, não é difícil “publicar”, isto é, tornar público, aquilo que se escreve.

Por outro lado (este outro lado sempre existe...), neste cenário, vão surgindo alguns contras tanto para o autor quanto para os leitores. Se o autor for um literato, se ele escrever um livro de ficção, há uma chance de a autopublicação lhe render algum sucesso de público e dinheiro, mas será bem trabalhoso, já que a ele caberá tocar a campanha de marketing de seu livro. O melhor dos mundos é... ele ser descoberto por uma editora e ver seu suas chances de brilhar no mundo dos livros serem multiplicadas muitas vezes, já que contará com uma estrutura profissional.

Se o autor for um cientista ou professor que deseja ver sua pesquisa publicada – sem ser plagiado à exaustão – sempre será melhor contar com a chancela de sua instituição de ensino de origem ou ainda com uma editora universitária, que terá o cuidado de proteger sua obra. E vendê-la, claro! Apesar do esforço crescente das editoras universitárias em ter maior capilaridade na distribuição dos seus livros, esforço este conjugado com a facilidade da internet, editoras comerciais ainda são (estamos em 2014) o melhor caminho para atingir o maior número possível de leitores.

Mas como chegar à editora? Bater na porta? Mandar uma cópia do original do livro pelos correios? Mandar um e-mail para o editor? O escritor (professor, jornalista ou outros) que tem um projeto de livro, mas não sabe por onde começar, encontra orientação profissional na figura do agente literário para atingir seu objetivo ou, então, pode conduzir seu projeto para um caminho alternativo (autopublicação). O agente será sincero em sua análise, informando ao autor o potencial estimado de sua obra. Há agentes generalistas, que lidam com toda sorte de livros, e outros especializados (infantis, técnicos, de arte etc.).

No mundo do agenciamento literário, existe ainda o foco nas editoras. Nem sempre elas têm em seus quadros um profissional dedicado à busca de títulos apropriados à linha editorial da casa, sejam eles nacionais ou internacionais. O agente literário presta consultoria para esse gênero de atividade. Além da prospecção, é experiente também no follow-up junto a editoras estrangeiras, quando da contratação de traduções.

E no que diz respeito a traduções, o agente literário é de enorme valia para o autor que deseja ver seu livro atravessar as fronteiras. Mediante um contrato, o agente vende os direitos de tradução a editoras estrangeiras. E aqui voltamos ao início deste artigo: fazer essa ponte com o mundo quando se está sozinho é bem mais difícil. Na dúvida, procure um agente literário!

(*) Fernando Alves é editor com mais de 25 anos de experiência. Diretor da Editora Longarina. Contato: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

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