Químico da Unicamp é acusado de fraudar 11 estudos científicos

O professor da Unicamp Claudio Airoldi teria falsificado, em artigos publicados entre 2008 e 2010, imagens de ressonância magnética (que servem para estudar características de novas moléculas). A editora Elsevier afirmou que os sinais de manipulação são “conclusivos” e, por isso, os 11 artigos científicos publicados pelo professor foram retratados, ou seja, não têm mais valor para a comunidade científica. Segundo Silvio Salinas, físico da USP que acompanha casos de má conduta científica no país, “estava previsto que algo assim ia acontecer. Ia ser muito difícil segurar isso porque a pressão para publicar é muito grande e existe leniência em relação a esse comportamento”. A falta de regras claras e de fiscalização dos trabalhos científicos, além da pressão pela publicação, são grandes motivadores em casos de fraude e plágio não só no Brasil mas também em outros países como a China.

O professor Airoldi é bolsista do CNPq nível 1A, o mais elevado, e membro da Academia Brasileira de Ciências e da Sociedade Brasileira de Química. Os artigos foram publicados em colaboração com um aluno da pós-graduação, Denis Guerra, que hoje é professor adjunto da Universidade Federal do Mato Grosso. Guerra afirma ter enviado documentos para a editora Elsevier que comprovam a veracidade das imagens, mas que ainda não houve resposta. A Unicamp diz que vai instaurar uma sindicância.

O químico e coordenador científico do Projeto SciELO, Rogério Meneguini, defende Airoldi ao lembrar que ele tem mais de 400 artigos publicados. Diz ele que “as investigações estão no início”. O CNPq anunciou que criará um comitê para investigar casos de fraude. (Com informações dos jornalistas Ricardo Mioto e Reinaldo José Lopes e colaboração de Giuliana Miranda, Sabine Riguetti e Marilia Rocha.)

Fonte: www.folha.uol.com.br

Adicionar comentário


Conteúdo Relacionado