Educadores temem Mercadante no Ministério da Educação

Possível ministro tem aprovação no ensino superior, mas não no básico

Cotado para assumir o Ministério da Educação (MEC) no lugar de Fernando Haddad, que deixa o cargo para concorrer à prefeitura de São Paulo em 2012, Aloisio Mercadante vem suscitando opiniões controversas entre os profissionais das educações básica e superior. Secretários de Educação temem que, pelo fato de Mercadante ser do Ministério da Ciência e Tecnologia, e por essa pasta estar ligada aos assuntos das instituições de ensino superior federais, suas atenções não estariam tão vinculadas ao ensino básico.

A política de ciclos e o uso de tecnologia em sala de aula foram alguns posicionamentos de Mercadante no passado, que descontentaram diretores do ensino básico. Em 2010, durante a campanha para o governo de São Paulo, Aloisio Mercadante declarou ser contra a “aprovação automática”. No entanto, o MEC é partidário do sistema de séries iniciais do ensino fundamental, onde o aluno tem a chance de aprender conforme avança de ano, antes de ser reprovado, como determinava os antigos meios de educação.

Como ministro, Mercadante não poderia pôr fim ao sistema de ciclos, mas o MEC tem participação importante de indutor. Estranhamente, dirigentes do ensino básico também temem da intenção de Aloisio Mercadante de dar um laptop para cada professor, sendo esta uma promessa feita na campanha ao governo de São Paulo no ano passado.

Quando assumiu o MEC em 2005, Haddad, que não era muito conhecido e sem força política, começou sua gestão com frequentes consultas aos secretários municipais e estaduais. Ao mesmo tempo em que Mercadante tem um nome forte e com história no Partido dos Trabalhadores (PT), os secretários estão temerosos que o possível novo ministro tome decisões importantes sem consultá-los.

Fonte: Folha.com

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