Faculdades pagam ONGs e igrejas para captar novos alunos

Instituições garantem que é um meio mais barato e eficaz para conseguir estudantes.

Em reportagem do jornal Folha de S. Paulo, algumas universidades e demais instituições de ensino estão apostando numa nova maneira de angariar alunos para os seus quadros discentes por meio de intermediários entre a educação superior e os jovens de baixa renda. Segundo as escolas, é uma maneira mais barata e eficaz do que investimento gasto com propagandas.

Entre os intermediários estão as organizações não governamentais (ONGs), associações de moradores, líderes comunitários e igrejas. Em São Paulo, universidades como Universidade de Guarulhos, Faculdade Sumaré, Centro Universitário Sant'Anna, Universidade Bandeirantes (recentemente adquirida pelo grupo Anhanguera) e a Universidade Radial, do grupo Estácio, são algumas das instituições que utilizam esse modelo.

Segundo a reportagem, essas escolas chegam a pagar aos intermediários o valor de até de R$ 100,00 por estudante matriculado. Os intermediários também cobram taxas semestrais ou anuais aos candidatos ao curso superior. Para manter esses alunos, algumas instituições procuram as associações de moradores e informam que os mesmos poderão financiar seus estudos através do Fies, do governo federal ou por outros órgãos do governo de São Paulo ou por entidades privadas.

A União das Instituições Educacionais do Estado de São Paulo (Uniesp) matriculou 200 novos alunos indicados por José Cecílio dos Santos, presidente da Associação dos Moradores do Jardim Boa Vista (bairro da zona oeste da capital). A associação recebeu R$ 100,00 por aluno matriculado e a universidade ainda prometeu um notebook ao estudante que fosse aprovado pelo Fies.

Entre as ONGs, a Educar para Vida, da Associação dos Trabalhadores Sem Terra, vinculada à Pastoral da Moradia e fundada pelo deputado estadual Marcos Zerbini (PSDB), é uma das instituições religiosas que aderiram à prática. A Educar para a Vida é parceira de 18 faculdades, mas afirma que não recebe remuneração delas, mas apenas o valor mensal de R$ 7,00 dos estudantes que encaminha para obtenção de bolsas de estudo.

Fonte: Antonio Gois e Elvira Lobato (site do Folha de S. Paulo – 26.09.11)

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