Reitores debatem o futuro do MBA

Concorrência externa, qualidade de cursos e docentes foram algumas pautas.

Reitores das principais redes de ensino executivo estiveram numa reunião em São Paulo para discutir o futuro da área e trocar experiências. Estiveram presentes os grupos da Fundação Dom Cabral, Fundação Getúlio Vargas, Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais do Rio de Janeiro (Ibmec-RJ), Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) e Instituto Coppead da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Dentre os assuntos em pauta destacaram-se a concorrência com as universidades estrangeiras, a propagação de cursos de MBA pouco qualificados, o financiamento de alunos pelas empresas, a dificuldade de contratação de professores com perfil adequado e de obter doações. A reunião em São Paulo foi resultado de um circuito de encontros realizados em várias capitais mundiais, por iniciativa dos reitores da americana Tuck e da espanhola IE Business School.

Até agora, os encontros aconteceram em Paris, Budapeste, Frankfurt, Xangai, Londres e Cidade do México. De acordo com os reitores, as instituições de alto grau de excelência estão se mantendo em alta por conta da boa situação econômica no país. No entanto, acusam que o problema parte das escolas que estão na mesma situação, mas que não oferecem a mesma qualidade de ensino. "De um lado temos as mais relevantes e do outro as mais baratas. O problema são as que estão nesse meio", argumentou Flavio Vasconcellos, da FGV.

Cláudio Haddad, do Insper, tem a mesma opinião de seu colega. "O mercado está crescendo rapidamente, mas muito mais no segmento de menor qualidade". Outro problema é da atual tendência das universidades estrangeiras virem ao Brasil em busca de alunos para suas instituições. "Queremos ser parceiros dessas escolas, desenvolver ideias, pesquisas e não apenas 'fornecer' estudantes. O Brasil vive uma janela de oportunidades e não sabemos até quando ela vai durar”, ponderou Maria Tereza Fleury, diretora da Eaesp-FGV.

Em se tratando de qualidade docente, os reitores argumentaram que é difícil encontrar no mercado aqueles que têm perfil de pesquisador e docente. "Muitas vezes os mais acadêmicos têm dificuldade de se relacionar com os que dão aulas. Tentamos reunir esses dois grupos, mas não é fácil", avaliou Maria Tereza, da FGV.

Fonte: Stela Campos (jornal Valor Econômico – 31/10/2011)

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