Ministro acirra discussão com deputados adversários
Em discurso na Câmara dos Deputados, na última quarta-feira (23), o ministro da Educação, Fernando Haddad, comentou sobre o balanço de sua gestão no cargo e culpou as atuações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na área. Na ocasião, Haddad foi convidado a depor sobre os problemas do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem).
"Nos oito anos anteriores, o orçamento da Educação não aumentou um real acima da inflação. Ficou estagnado. Herdamos uma taxa de investimento de 3,9% do PIB no setor. Hoje passa de 5%. O ex-presidente FHC vetou a meta de 7% estabelecida pelo Plano Nacional de Educação aprovado pelo Congresso", disparou, ao responder aos deputados Vanderlei Macris e Duarte Nogueira, ambos do PSDB paulista.
A reunião na Câmara foi um ensaio do que está por vir em 2012, já que Fernando Haddad será candidato à Prefeitura de São Paulo, pelo PT, e sua disputa será diretamente contra os adversários do PSDB. Os deputados Indagaram o ministro sobre o sistema falho do Enem dos últimos anos, tendo o parlamentar Duarte Nogueira descrito alguns fatos para ilustrar a sua posição.
"A história do Enem no governo Lula foi marcada pelas falhas sucessivas, dados cadastrais dos alunos expostos, cancelamento de provas por vazamento e falhas na impressão dos cadernos, para ficar em alguns exemplos", argumentou Duarte Nogueira.
Em resposta, Haddad isentou-se de quaisquer responsabilidades e acrescentou que problemas no Enem vão continuar surgindo.
"O mau empresário, o mau professor, é sempre possível de existir. Não podemos misturar as coisas. As más pessoas de fora que querem prejudicar o avanço da Educação não podem ser comparadas com as boas pessoas de dentro da administração. Vamos sofrer com atividades ilícitas, o mundo desenvolvido lida com isso. Não se iludam, (as falhas) vão continuar ocorrendo", encerrou.
Fonte: Caio Junqueira (Jornal Valor Econômico – 24.11.2011)