Nem tudo pode ser considerado "mil maravilhas" no início
Sabemos que o futuro é dos profissionais mais bem preparados. Assim, jovens brasileiros partem para o exterior em busca de aperfeiçoamentos e experiências sob diversos aspectos. Com atitudes corajosas e espíritos abertos para o novo mundo globalizado, as vivências no exterior, longe da família e dos amigos, certamente, agregarão a eles qualidades profissionais e pessoais.
O Portal ProfessorNews entrevistou um jovem executivo do mercado financeiro, que não ficou acomodado e, após terminar um curso de especialização, resolveu partir para Austrália, em busca do aperfeiçoamento profissional.
Professornews. Leandro, o que você está sentindo de diferente em relação à sua vida no Brasil?
Leandro de Souza Silva. Bom, minha vida aqui na Austrália é totalmente diferente da vida que eu tinha no Brasil. Isso deve a diversos fatores: diferença cultural, costumes, fuso horário etc. Outra diferença muito relevante na Austrália é a insegurança que sentimos quando chegamos aqui. No Brasil, geralmente, você tem sua formação, seu bom trabalho e, ao longo dos anos, acaba adquirindo novos conhecimentos e novas capacidades, o que te deixa, de certa forma, mais experiente e preparado para os desafios. Isso, aqui na Austrália, acaba não tendo muita utilidade, pois as experiências adquiridas aí no Brasil não podem ser aplicadas aqui na Austrália, no início.
O que o levou a fazer um curso de inglês na Austrália? Porque escolheu justamente a Austrália?
Quando decidi fazer faculdade de administração em 2007, já sabia que teria que aprender a falar inglês futuramente, para enfrentar melhor os desafios do mercado de trabalho brasileiro. Tinha, a princípio, duas opções: ir para Inglaterra. onde eu tenho uma tia que mora há 14 anos lá. A segunda opção era ir para Austrália, onde eu tinha alguns amigos. Optei pela Austrália por diversos fatores, tais como: clima parecido com o do Brasil, custos menores, opções de cursos e, principalmente, por Austrália ser um país em expansão. A mão de obra, principalmente, para a construção civil, é bem requisitada. Após terminar um curso de especialização no Brasil
Como foram as sua primeiras semanas aí? Qual a rotina diária?
Na primeira semana, senti estranhezas em relação ao fuso horário. Foi normal acordar de madrugada, sem sono, pois aqui na Austrália temos diferença de 13 horas em relação ao Brasil. Na minha primeira semana, a rotina era, basicamente, conhecer o local e as formas de transportes. Aqui na Austrália, os meios de transporte são bem parecidos com os do Brasil: ônibus, trens, táxis. A diferença é que aqui tem transporte marítimo, com barcos que levam a alguns pontos da cidade. Três dias depois que eu cheguei aqui começou o meu curso de inglês, e minha rotina era acordar, tomar café, estudar, ir para o curso e ficar lá no período das 16:40 a 21:00 horas, de segunda a sexta-feira.
O que você recomendaria a jovens que queiram fazer a mesma coisa que você?
Bom, galera! Sabemos que hoje em dia o mundo está cada vez mais conectado e aberto. Com isso, cada vez mais, temos que estar preparados para este novo mundo. Tendo isso como base, eu recomendo a vocês, jovens, a buscarem novos desafios, falar inglês, conhecer novas culturas... Com certeza, vocês vão adquirir uma visão mais abrangente do mundo. Gostaria de ressaltar também que a vida em outro país não é fácil como parece. Enquanto estamos no Brasil, achamos que chegaremos em outro país e as coisas serão simples. Essa concepção é totalmente errada, pois o trabalho aqui é pesado. Geralmente, as primeiras oportunidades são de ajudante de construção, ajudante de cozinha e de limpeza em hotéis. Veja que você sai da sua zona de conforto. Outro aspecto muito importante para ressaltar é em relação a saudades da família, dos amigos, da comida etc. É bem difícil. Aqui, você realmente aprende o "sabor da saudade".